Nesta terça-feira (16/10/2018), o advogado Henrique Moura Rocha participou do evento Design Thinking no Direito, realizado pelo Legal Hackers Campinas, na Weme. Na oportunidade, advogados, juízes, empreendedores e outros operadores do direito se reuniram com o objetivo de entender, na prática, a aplicação do design thinking ao Direito.
O design thinking é um exercício mental através do qual se busca a solução de problemas por meio de ideias inovadoras. E já nesse contexto inovador, o design thinking não se atreve a já num primeiro momento encontrar a solução, mas sim foca em entender, de maneira efetiva e genuína, qual é o verdadeiro problema a ser solucionado, na medida em que, não raras as vezes, aquele problema apresentado numa primeira conversa, em verdade, não se trata do problema real e cujo combate é necessário.
Assim, apresentar soluções imediatas baseadas em experiências passadas sobre um determinado problema apresentado não se mostra mais como sinônimo de competência e efetividade na tratativa de situações dinâmicas vividas atualmente, mas ao contrário, pode significar retrocesso, na medida em que soluções estanques desestimulam cogitar outras, ainda não testadas, mas que podem ser inovadoras e mais apropriadas à situação real vivenciada pelos envolvidos.
Direito
Nesse cenário é que o Direito é inserido, e com a ajuda do design thinking, o operador passa a analisar e avaliar as situações dinâmicas pelas quais passa aquele que o consulta, tendo por premissa a análise de riscos, e não mais simplesmente apontar os problemas. Aliás, Guilherme Leonel e Natalia Miyazaki, em artigo voltado para esclarecer os participantes do encontro a respeito do tema, citando Margaret Hagan, esclarecem que o design thinking no direito “é a forma como avaliamos e desenhamos negócios jurídicos de maneira simples, funcional, atrativa e com boa usabilidade”.
Buscar entender as verdadeiras intenções do cliente, conversar com todos os envolvidos na situação real, apresentar os riscos e discutir alternativas para neutralizar ou minimiza-los, através de posturas dinâmicas e no mais das vezes impensadas, inovadoras, faz com que o operador do direito seja cada vez mais entendido como um participante estratégico do processo, e não um mero “solucionador de problemas”.
Na sociedade atual, em que as situações postas à frente das pessoas são cada vez mais dinâmicas, e as relações deixam de ser B2B ou B2C, e passam a ser H2H (Human to Human), o que realmente importa são as experiências que você proporciona aos seus clientes. E parece que, mesmo para o Direito, apresentar-se com posturas e conhecimentos tradicionais e estanques, não está na ordem do dia.
Autor: Henrique Moura Rocha
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